quarta-feira, abril 18, 2007

A Sociedade de Consumo

Os formandos do curso EFA (Educação e Formação de Adultos) do Agrupamento Escolas Egas Moniz, de Guimarães, propuseram-se abordar o tema de vida «A sociedade de consumo». No âmbito das questões geradoras «Consumimos muito, pouco ou o necessário?», «Compro por pressão da publicidade?» e «Onde comprar?», deliberaram concluir a sua formação com uma actividade integradora consistente na aquisição de determinados produtos, em diferentes estabelecimentos comerciais com o objectivo de compararem o preço dos produtos nos diversos estabelecimentos e publicitarem as suas conclusões.
Resolvidas as questões prévias, como definição de um conjunto significativo de produtos acessíveis e de primeira necessidade identificados com o mesmo código de barras, escolha de estabelecimentos comerciais mais frequentados, escolha da mesma data para a realização das compras, procedeu-se, no dia 6 de Janeiro, à segunda etapa do processo – realização das compras.

Certas dificuldades foram encontradas, a saber, alguns produtos não estavam disponíveis em todos os estabelecimentos e outros produtos estavam identificados com códigos de barras diferentes dos previamente escolhidos. Isso obrigou à suspensão de alguns produtos e de dois estabelecimentos previamente seleccionados.

Passando à etapa seguinte, todos os produtos foram rigorosamente etiquetados com a identificação do estabelecimento de origem.

Finalmente, procedeu-se à conclusão do trabalho com a elaboração dos gráficos que se seguem, para fácil leitura do preço praticado em cada estabelecimento visitado.

Deste relatório, previamente à sua publicação no jornal “Dom Egas”, foi dado conhecimento a todos os estabelecimentos envolvidos e mencionados no estudo.

(Curso EFA, B2 – Agrupamento de Escola Egas Moniz – Guimarães)








quarta-feira, abril 11, 2007

Portugal:revolução e transição para a democracia


Se recuássemos uns anos, até antes do 25 de Abril de 1974, não reconheceríamos Portugal.

Não havia liberdade. Existia censura, a actividade política, associativa e sindical era quase nula e controlada pela polícia política, havia presos políticos, a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e encontrava-se praticamente isolado na comunidade internacional.

A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a Imprensa, o Cinema, o Teatro, as Artes Plásticas, a Música e a Escrita. Não havia Liberdade.

A actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Acção Nacional Popular. A oposição ao regime autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.

Os oposicionistas, sob a acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e prática do Estado Novo, eram presos em cadeias e centros especiais de detenção (Caxias, Aljube Tarrafal). Não havia Liberdade nem Democracia.

A Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação e as manifestações eram proíbidas. Não havia Liberdade.

Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários. Não havia Liberdade nem Paz.

Hoje é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Mas, se pensarmos que, por exemplo, as escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que muitos discos e livros estavam proíbidos, que existiam nas Rádios listas de música que não se podia passar, que havia bens de consumo que não se podiam importar, que não se podia sair livremente do país, que sobre todos os rapazes de 18 anos pairava o espectro da guerra, será mais fácil compreender porque é que a Mudança teve de acontecer e como é que Portugal se tornou diferente.

(Centro de Documentação 25 Abril / Universidade de Coimbra)