segunda-feira, dezembro 17, 2007

Festa de Natal 2007

Foi com grande brilho que decorreu na passada sexta-feira, dia 14 de Dezembro, a já habitual Festa de Natal, na Escola Egas Moniz, destinada aos alunos do 2º Ciclo.

Quase todas as turmas representaram as suas peças com muita dedicação, cor e movimento, estando todos de parabéns. Os alunos, juntamente com os seus professores, assistiram com interesse e entusiasmo. A música e a cor foram uma constante, dando a perceber o muito trabalho que os professores dinamizadores tiveram, nomeadamente os de EMRC e Educação Musical, para colocar de pé esta bela festa de Natal.

Na parte final foram entregues, pela Presidente do Conselho Executivo, os diplomas de mérito aos melhores alunos do ano lectivo 2006/2007.

Eis algumas imagens que ilustram o entusiasmo de todos aqueles que representaram, transmitindo a alegria própria do espírito de Natal.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Festa de Natal


Realiza-se no próximo dia 14 de Dezembro, na conclusão do 1º Período, a tradicional Festa de Natal do Agrupamento de Escolas Egas Moniz, organizada e dinamizada pelo grupos disciplinares de EMRC e Educação Musical.

Esta iniciativa tem como objectivos comemorar o Natal e proporcionar à comunidade educativa a vivência de valores como a partilha, o respeito, a amizade e a solidariedade.

A festa das escolas do 1º Ciclo e Jardim de Infância (Pégada e Santa Luzia) do Agrupamento, decorre no Salão Nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, com início às 14 horas.

Por sua vez, para o 2º Ciclo, a Festa está marcada para o Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Egas Moniz, da parte da manhã.

O programa para o 2º ciclo é o seguinte:

Canções de Natal – 5º D, 5º E e 5º F
Encenação – “O bode que queria ser cantor” – 6º C
Canção “Just Girls” – 6º B e 6º C
Dança “Umbrella” Rihanna – 6º A
Dança “50 Cent and Justin” – 6º B
Encenação “As cores do arco-íris” – 5º F
Rapsódia de canções inglesas – 5º A
Dança de Natal – 6º D
Encenação “O Melhor do Natal” – 6º E
Dança “Santa Claus is comin to town” – 5º G
Dança “Lollipop Mika” – 6º A
Reisadas – 6º D

Durante estas festas, serão entregues os diplomas de mérito aos melhores alunos do ano lectivo 2006/2007.

Para os alunos do 3º ciclo está prevista a sua ida a uma sessão de cinema nos Cinemas Castello Lopes, da parte da manhã, acompanhados pelo Director de Turma e outro professor.

Da parte da tarde, para os alunos do 9º ano, realizar-se-á, entre as 14h00 e as 17h00, um torneio de futsal masculino e feminino, no pavilhão e campo de jogos.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Nicolinas, dia 4: O Pregão

Pregão 2007. Foto obtida aqui.
O dia 5 de Dezembro é o dia do pregão nicolino, antigamente mais conhecido por bando escolástico. Esta tradição tem a sua origem no costume de se mandar apregoar pelas ruas e praças ordens régias, decisões camarárias, anúncios de nascimentos, casamentos ou mortes na família real.

O cortejo do pregão, acompanhado por um toque de tambores próprio deste número, é aberto por um estudante a cavalo, empunhando a bandeira da Academia, escoltado por uma comitiva vestida a rigor, a pé ou a cavalo.

Atrás, seguindo no carro do pregão, puxado por cavalos, segue o pregoeiro, trajando a preceito, com batina, calça, sapatos pretos, colete, camisa branca de bicos, luvas brancas e laço branco, e com o rosto encoberto por uma mascarilha. De cima do carro, o pregoeiro declamava, em alta voz, o pregão: um longo texto em verso por onde passavam as referências à tradição nicolina, as alfinetadas no governo municipal, as alusões galantes ou brejeiras às damas.

Nos tempos que correm, o pregão é lido em sete pontos da cidade, perante o aplauso e os sorrisos das gentes que se juntam para assistirem a uma tradição cujas origens se perderam no tempo. Muitos dos pregões nicolinos são peças literárias memoráveis. Entre os seus autores contam-se nomes como João Evangelista de Morais Sarmento, Cónego António de Oliveira Cardoso, Prof. Pereira Caldas, Francisco Martins Sarmento, Bráulio Caldas, João de Meira, Gaspar Roriz, Jerónimo de Almeida ou Carlos Poças Falcão.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Nicolinas, dia 3: O Magusto e as Posses

Novos e velhos estudantes nas posses. Fotografia das posses de 2005, obtida aqui.

Boa parte da tradição Nicolina dos dias de hoje nasceu de uma uma renda, que incluía castanhas e maçãs, paga aos coreiros da Colegiada de Guimarães em Santo Estêvão de Urgezes. Com essa renda, os estudantes faziam um magusto no Toural, para cuja fogueira os oleiros da Cruz de Pedra contribuíam com o combustível. A renda deixou de ser paga na década de 1830, com a extinção dos dízimos, mas o Magusto nicolino sobreviveu até aos nossos dias.

Um outro número das Nicolinas são as Posses, que têm lugar no mesmo dia do magusto (4 de Dezembro). As Posses andam relacionadas com o legado de Urgezes e com o costume de os estudantes, neste dia, andarem pelas casas mais abonadas de Guimarães a pedir para um lanche (ou ceia) melhorado. Com o tempo, as Posses tornaram-se num cortejo nocturno, em que os estudantes andam pelas casas exigindo que lhes dêem as posses da tradição:

Venha a posse!

E venha a posse!

A posse é nossa!

Depois de alguma insistência, as ofertas são, por regra, entregues em cestos que são descidos por cordas a partir de uma janela ou varanda. Nas Posses, os estudantes recebem ofertas que incluem figos secos, pão-de-ló, frangos, chouriços, presunto, vinho, aguardente.

Algumas das tradições destas já só persistem na memória, como a posse das uvas, na qual um estudante subia por uma velha cepa que trepava encostada a uma casa da Praça de S. Tiago, para colher um cacho de uvas, ou a do Cucusio, que Raul Brandão descreveu no romance A Farsa:

“[…] um jorro humano estaca diante dum prédio emudecido e escuro, os clamores e a música cessam e a bicha, depois de ondular, atende ansiosa. Novelos sobre novelos as nuvens continuam lá em cima a sua desordenada e eterna correria sem fito.

O pendão camarário oscila, há um baque, e, grave como quem cumpre um rito, o Testa destaca-se do grupo e avança limpando da careca o suor das grandes solenidades. Diante do prédio, no silêncio e na noite, três vezes chama:

— Cucusio! cucusio! cucusio!...

Nada. Ninguém responde, e um frémito percorre a turba que espera sempre, milhares de cabeças erguidas no ar, as bocas abertas como peixes diante da casa negra e cerrada. Para o fundo no negrume outros, e mais outros envoltos na escuridão, atendem também como quem espera um milagre. E ouve-se no silêncio a chuva cair, miúda, pegajosa, eterna. Pela fresta duma janela lá se escoa por fim uma ténue claridade — e ao fundo estremece, silenciosa e compacta, a canalha comovida e atenta, até que, avançando com imponência mais dois passos, o Testa, como quem invoca, implora e ordena, torna:

— Cucusio!...

Sente–se abrir o postigo do prédio e uma voz comovida responde afinal ao apelo:

— Pronto, meus senhores, cá está o Cucusio!...

E logo assoma ao peitoril do primeiro andar, alumiado pela chama vacilante da vela, um monstruoso traseiro — como, desde tempos imemoriais, é obrigação daquela família, na véspera do santo, transmitida religiosamente de pais para filhos, mostrá-lo à vila. A charanga ataca o hino, os tambores ao mesmo tempo rufam, os urros estrugem, o pendão oscila levado pelo Testa, no alto daquela onda[…].”

Nicolinas, dia 2: As Roubalheiras

O Toural com o produto das Roubalheiras Nicolinas. Foto obtida aqui.

As roubalheiras são a transposição para as Nicolinas, festa de natureza urbana, de uma antiga tradição do mundo rural, que normalmente tinha lugar por altura das festas do S. João ou do S. Pedro, que no Minho são conhecidas por atrancadas. Consistiam em roubar carros de bois e apetrechos agrícolas e com eles bloquear (atrancar) os caminhos. O etnógrafo vimaranense Alberto Vieira Braga descreve uma outra variante deste costume, que tinha lugar em Guimarães na noite de S. João:

Juntam-se alguns mocetões e tratam de apanhar pelos lavradores da freguesia o que estes deixaram ao sereno, e vá de arrastar toda a cangalhada para o adro da igreja, adornando o cruzeiro, a torre, e as árvores próximas com vasos, trastes e apeirias de toda a casta a que puderam deitar mão.

Assim faziam os estudantes de Guimarães, depois do magusto das Nicolinas. Espalhavam-se pela cidade e deitavam mão a tudo o que pudessem alcançar, desde vasos a animais domésticos ou placas de sinalização, com que depois enfeitavam o pinheiro, que se erguia no Toural, onde depois os seus donos os iam recolher. Porque os verdadeiros amigos do alheio aproveitavam as tropelias dos estudantes para encobrirem a sua actividade delituosa, este número das Nicolinas foi extinto em 1972. Seria retomado em 1998, com uma pequena variante: os roubos passaram a ser acompanhados pela Comissão da Festa e pela Polícia Municipal, deixando de ter dia certo, sendo a respectiva data mantida em segredo.

Foi assim que, na última segunda-feira, os vimaranenses foram surpreendidos com o Toural atrancado com a tralha das roubalheiras nicolinas. Segundo a organização, tudo correu como o esperado. Os proprietários dos objectos pilhados lá os foram recolher, como de costume, com bonomia ou com sorrisos mais ou menos amarelos.