domingo, junho 24, 2007

Correio do Dom Egas: Felicitações

Venho por este meio (re)felicitar os vencedores da etapa Nacional das Olimpíadas da Física, Cláudia Rafaela Pinto, João Casimiro e Pedro Filipe, do 9º ano de escolaridade. Para além de boa cabeça, também são muito simpáticos, como pude constatar depois de conviver com os referidos alunos durante o dia da realização das provas e no hotel de estadia. Espero que não desvalorizem o génio destes alunos, apesar de este ser o último ano que eles frequentarão na vossa escola.

Obrigado por vossa atenção e continuem o bom trabalho.

Simão Fernandes Correia

P.S.: Eles que se atrevam a não participar nas Olimpíadas da Física no 11.º ano!

quarta-feira, junho 20, 2007

Andando à volta de mim…

Estou suspirando a volta de um tema que se espera inteligente, interessante e de tal maneira surpreendente que todos ficassem tocados pela magia das palavras. Sim, porque eu acredito que a escrita tem um poder invisível, actua na mente e na memória colectiva, pode ser um instrumento de dominação ou transformada num instrumento de fraternidade…

A palavra tem histórias para contar, mas como não sou escritora, talvez (permita-me!), por momentos escrevente pretendo por entre o ruído e a pressa do quotidiano parar e lembrar que “…cada vez mais perdemos o ofício de pensar…”, usando as palavras do nosso Prémio Nobel, José Saramago.

Reparai! Estamos cercados pelos grandes dramas das capas das revistas, pela dor e sofrimento das derrotas da águia, do leão ou do dragão, no final de domingo; pelas infelicidades das princesas Lectizias, ou outras que não o sendo gostariam de o ser… e assim construímos fundamentos para o nosso mundo cujo horizonte não ultrapassa a família e os nossos amigos, esquecendo que um dia já adormecemos com a sensação de termos mudado o Mundo.

“Andando à volta de mim…” é, pois, um não tema que desejo multiplique a conversa, alargue ao Mundo os problemas que de tão globais parecem só nossos, deixando o nosso lugar no mirante, pois o desânimo é quase sempre uma rendição.

Pais, Professores, Funcionários, enquanto educadores, somos modelos. Ninguém é inocente. Não somos impunes, temos responsabilidades partilhadas nas conquistas e na construção dos projectos de vida dos nossos jovens.

A Escola, enquanto espaço de aprendizagens, de encontros, de partilha de saberes, deve ser um grito numa sociedade onde o Homem se recuse a ser miserável, resignado e infeliz!!

A Presidente do Conselho Executivo,
Bernardina Maria Santos Cardoso

quarta-feira, junho 06, 2007

Dia 5 de Junho: Dia Mundial do Ambiente

Foto: Eduardo Brito

Para assinalar a passagem do centenário do abastecimento público a Guimarães e assinalar o Dia Mundial do Ambiente, a Vimágua, Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela, E.I.M. em parceria com a Sociedade Martins Sarmento e com a colaboração de investigadores da Universidade do Minho, apresentou um estudo da história do acesso à água e da evolução dos sistemas de abastecimento público no território abrangido pelos actuais municípios de Guimarães e Vizela, concretizado na edição do livro ”Mãe d’Água – Centenário do Abastecimento Público em Guimarães”, uma obra com alcance científico e qualidade gráfica assinalável. Esta obra foi coordenada por António Amaro das Neves, professor da nossa escola.

Água e "água-vai" de há 100 anos

Como era feito o abastecimento de água a Guimarães há 100 anos? E de que forma era tratado o saneamento? A resposta a estas e outras perguntas constam do livro que assinala o centenário do abastecimento público a Guimarães, que é lançado, hoje, no Centro Cultural de Vila Flor, por iniciativa da Vimágua, Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela.

Há cem anos, percorrer as ruas de Guimarães seria uma experiência "tão surpreendente, quanto desagradável", escreve Amaro das Neves na introdução. "Dejectos despejados nas ruas, detritos amontoados. Pela via pública circulavam cavalos, bois, cães, porcos, aves de capoeira. Não havia sistema de saneamento público, nem nada que pudesse ser comparado a um sistema de recolha de lixos. As pessoas livravam-se das águas lixosas que produziam em casa lançando-as directamente para a rua, com o aviso prévio, três vezes repetido, do água-vai. Os transeuntes tinham que se precaver para não calcarem as imundícies. Quando o calor começava a apertar, as nuvens de moscas enxameavam o ambiente".

As casas, recorda Amaro das Neves, não tinham qualquer espaço destinado a banhos. "As retretes, quando existiam, seriam no exterior. Havia, certamente, recurso a bacias e penicos, que eram despejados no quintal ou directamente na rua, uma vez que o ritual do "água vai" esteve em uso em Guimarães até a segunda metade do século XIX".

O livro "Mãe d´Água", parte de um projecto desenvolvido em parceria com a Sociedade Martins Sarmento e Universidade do Minho (UM), é um estudo da história do acesso à água e da evolução dos sistemas de abastecimento público nos municípios de Guimarães e Vizela. Percorre os diversos momentos que marcaram o abastecimento de água aos dois municípios desde os primórdios até à criação da Vimágua.

No caso de Guimarães, nota Amaro das Neves, nessa altura, o abastecimento de água não era, ainda, uma das principais fontes de despesa do município – consumia um vigésimo das suas receitas, ou seja, "tanto para assegurar que a população pudesse dispor de água potável como com a conservação do relógio da Câmara".


Joaquim Forte (in Jornal de Notícias, 2007-06-05)